Tombada como patrimônio histórico nacional, municÃpio agora quer se tornar um dos destinos mais procurados do paÃs
Â
Uma das mais encantadoras cidades históricas de Goiás, Pilar já foi capital por um dia e é dona do maior acervo barroco do estado. Sua arquitetura colonial magnÃfica é tombada como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN e agora está se estruturando para atrair turistas dos quatro cantos do planeta.
Â
Descoberta em meados do século XVII por paulistas à procura do ouro, o antigo Quilombo de Papuã, hoje Pilar de Goiás já foi um dos maiores locais de resistência de escravos e uma das maiores colônias de exploração do ouro na época do Império Português. Foi nessa época que recebeu alto investimento para sua construção e não foi poupado esforço para fazer o que havia de mais bonito, Igrejas minuciosamente talhadas e banhadas em ouro, monumentos imponentes e casarões gigantes.
Uma visita à cidade deve começar pela Igreja Nossa Senhora de Pilar, construÃda em 1755 - são os restos da antiga igreja, hoje reunidos de forma aleatória, após o desmoronamento daquela que foi a maior igreja da provÃncia de Goiás. Para se ter uma ideia de sua grandeza original, possuÃa originalmente, nove altares enquanto que a matriz de Pirenópolis possuÃa apenas cinco. Sua riqueza era descrita por diversos viajantes pelas numerosas peças de ouro e prata. Das peças escultóricas, destacam-se a do Senhor Morto e a da padroeira da cidade.  Com o inÃcio da exploração do ouro muitas pessoas vieram de diversas partes na busca pelo metal dourado, mas na região onde era mais abundante faltava água e garimpá-lo era mais difÃcil. Então, um dos garimpeiros fez uma promessa a uma santa: Nossa Senhora do Pilar, de que se naquela região brotasse água para que ele pudesse trabalhar, como forma de gratidão ele daria um sino de ouro para a igreja que seria construÃda naquela vila. A promessa foi atendida e naquela região brotou água. O garimpeiro pagou sua promessa e doou um sino feito de ouro para a igreja que devido ao milagre foi feita em devoção à santa que lhe havia atendido. A partir dai a vila de Papuã passou a se chamar arraial de Pilar de Goiás, para lembrar a todos que a santa ajuda aqueles que recorrem a ela.
Â
Estes gênios escultores do barroco foram os responsáveis por transformar as igrejas de Pilar de Goiás em grandiosas obras de arte. São, em sua maioria, talhadas em madeira, banhadas a ouro e ricas em afrescos. ImperdÃvel visitar as igrejas de Nossa Senhora das Mercês e a já comentada Igreja Nossa Senhora de Pilar. Outros prédios históricos que merecem a atenção de qualquer visitante são a Casa de Câmara e Cadeia - Considerada a menor casa desse tipo no Brasil. Casa da Princesa ou Casa dos Dutra; é a construção mais luxuosa do ciclo do ouro em Goiás, o seu interior impressiona pelas pinturas de portas e tetos em gamela. Destacam-se também as rótulas das janelas pelo requinte de sua talha com floreados na parte superior. Representa como construção, a mais importante obra arquitetônica não religiosa do barroco do século XVIII da provÃncia de Goiás. Sinos de Pilar - Fabricados no século XVIII, são os maiores sinos já feitos para uma igreja em Goiás. Pesam, em média, 900 kg e em sua fabricação foi usada uma arroba de ouro. Ficam no campanário construÃdo após o desmoronamento da antiga igreja ao lado da nova Igreja Nossa Senhora de Pilar e seus sons podiam ser ouvidos a mais de uma légua (6 quilômetros) de distância, quando dobravam. Casa de Rótulas - preserva as janelas de rótulas, caracterÃsticas do estilo arquitetônico da época. Chafariz São José - 1745, único remanescente dos três chafarizes que abasteciam a cidade. Grutas dos Escravos - Guardam um importante acervo de um quilombo da região, o Quilombo de Papuã, localizado na reserva ambiental da cachoeira do Ogó. Na verdade, não são grutas mas, as galerias das antigas minas de ouro de Papuã, abandonadas após o veio de ouro adentrar a camada de rocha de quartzo
Â
Pilar de Goiás é um lugar interessante de ser visto durante todo o ano. No verão a cidade permanece com o clima agradável de montanha. Em Julho é frio e acontece as Festividades da Folia do Divino EspÃrito Santo, em setembro ocorre as Cavalhadas, com mais de 122 anos de tradição. As festas religiosas dão um colorido a mais na cidade, durante todo o ano acontecem manifestações culturais que preservam a memória desde povo com mais de 277 anos de história.
Â
Fotos: Rogério FerreiraÂ
Â