Documento foi divulgado após o anúncio das 100 mil mortes por coronavírus no País e também expõe nomes de governadores de SP, RS, BA
Após o país ter ultrapassado os mais de 100 mil óbitos em decorrência da covid-19, a Secretaria de Governo (Segov) da Presidência da República elaborou uma lista usando dados do Ministério da Saúde para vincular governadores e prefeitos com as regiões com maiores índices e mortes pela doença. No entanto, a lista – que inclui o nome do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), contempla apenas adversários políticos de Jair Bolsonaro.
A lista é um “top 5” de locais com maior quantidade de “novos casos” e “novos óbitos” e utiliza informações divulgadas no sábado (8), justamente a data em que o Brasil superou a marca das 100 mil mortes pela pandemia.
Ao lado dos indicadores, vem o nome de cinco governadores nos estados com maior número de casos, começando por João Doria (PSDB) de São Paulo, depois seguindo por Eduardo Leite (PSDB) do Rio Grande do Sul, e da Bahia, Rui Costa (PT). O nome de Ibaneis Rocha (MDB) do Distrito Federal foi omitido.
Goiás e Ronaldo Caiado constam na quarta posição dos estados com maior número de “novos casos”, com 2.008 mortes. A lista é liderada por João Dória (SP), seguido por Romeu Zema (MG) e Eduardo Leite (RS). Ronaldo ainda aparece à frente de Rui Costa (BA).
No ranking de municípios com o maior número de novos casos, o documento faz referência aos prefeitos de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), e de Salvador, ACM Neto (DEM).
Em nota oficial, a Secretaria de Governo, responsável pela articulação política, disse que o documento tem o objetivo de “monitorar a disseminação da covid-19 nos entes federativos para auxiliar na articulação do governo federal”. O governo ainda não nomeou um novo ministro da Saúde e segue com um interino no cargo.
O jornal O Globo teve acesso ao documento e as informações são de que o documento foi distribuído na tentativa de municiar deputados aliados contra governadores e prefeitos que têm criticado a gestão da crise sanitária pelo governo federal.
O assessoria de comunicação do Estado de Goiás afirmou que não irá comentar o caso.
Fonte e Foto: Mais Goiás