Museu Casa da Princesa é reaberto ao público em Pilar de Goiás

Construída por volta de 1.750, a Casa da Princesa, um dos principais patrimônios históricos do município, estava fechada para reformas há 2 anos

Na manhã do último dia 06 de dezembro aconteceu, em Pilar de Goiás, a primeira exposição de reabertura do Museu Casa da Princesa, que estava fechado havia 2 anos, para reformas. O evento contou com a presença de populares e de diversas autoridades como o prefeito Sávio Soares, vice-prefeito João Grilo, vereador André Corsine, vereadora Anyelma Castilho, Cláudio Fernandes, da Clan Design e o Museólogo Tony Boita, diretor do Museu Casa da Princesa, Museu das Bandeiras e do Museu Arte Sacra da Boa Morte, em Goiás. Vale ressaltar, que essa primeira exposição homenageou um personagem fundamental para a história do museu: o ex-zelador da instituição Antônio Gomes, ou “Seu Tição”, como é carinhosamente conhecido pela comunidade local e foi o grande responsável por reunir e catalogar, durante anos, a maior parte do acervo da Casa da Princesa.

Em entrevista ao nosso periódico, o Museólogo Tony Boita ressaltou que a reabertura do museu foi um fator importante para a comunidade pilarense que, em sua opinião, merece esse bem cultural, esse edifício histórico. “O Iphan fez um belíssimo trabalho de restauração na primeira etapa de trabalho e nós do Ibram agora entregamos a segunda etapa que nos compete, que é a restauração e revitalização do acervo e da nova museografia, que foi entregue à comunidade. Tentamos trabalhar com o sentimento de colaboração que Seu Tição tão bem fazia. Então, nessa nova gestão, o que a gente quer fazer é exatamente tentar resgatar os ensinamentos que Seu Tição nos passava e tentar reproduzir isso da melhor forma possível. Por isso, quero dizer que essa exposição hoje foi entregue, mas constantemente será alterada e modificada, justamente para tentar sempre rememorar a memória de Seu Tição, uma vez que essa exposição foi pensada para ele, por ele e com ele”, disse Tony Boita.

Da mesma forma, em entrevista ao Imprensa do Cerrado, o design Cláudio Fernandes, contratado pelo Ibram para produzir e montar a exposição, destacou a importância do museu não apenas para Pilar de Goiás, como também para toda a região. “Esse tipo de museu é muito importante, pois, embora seja de Pilar, conta a história de toda uma região. As comunidades precisam visitá-lo e reviver suas histórias. É preciso que percebam que é possível reunir esse acervo, material antigo como máquinas de escrever, telefones de discar e manter viva a história. Aqui no museu os visitantes podem passar por salas temáticas que contam histórias dos indígenas, ciclo do ouro e explorar a Casa, que é muito bela, com um trabalho refinado. Podem ainda conhecer sobre a influência das festas religiosas, costumes locais, enfim, temos aqui um acervo muito rico, culturalmente falando”, disse Cláudio Fernandes.

Ainda em entrevista ao nosso repórter, Cláudio Fernandes destacou a importância da relação de sua empresa com a comunidade local. Segundo ele, a Clan Design, que é uma empresa carioca, contratou muitos serviços da cidade e também adquiriu material em comércios local. “Foram 20 dias de montagem dessa exposição, mas tivemos muito apoio da população, das pessoas que tiveram aqui trabalhando com a gente. Foi muito importante a relação com a comunidade, pois acabamos comprando e contratando muito serviços aqui. 

Posso garantir que quase 30% dos custos da exposição foram empregados na região. A estrutura dessa exposição é composta de ferro com madeira pino, material impresso com muita qualidade, muito durável, iluminação em led, que gasta pouca energia e as lâmpadas duram 5 mil horas. Provavelmente não terão problemas de manutenção por muito tempo”, afirmou Cláudio, ao fim da entrevista.

De acordo com o prefeito Sávio Soares, a reabertura do museu traz de volta ao município a alegria de ver exposta a história de Pilar de Goiás e de sua gente, e ainda será de fundamental importância para o fomento do comércio local, com as visitas dos turistas. “Trata-se de um prédio construído há quase 270 anos que trás histórias de nossos antepassados em imagens e utensílios da época, de uma riqueza cultural sem igual. Quero aproveitar o espaço para agradecer ao Iphan e ao Ibram pelo empenho na restauração de nosso museu e convidar toda a população de Pilar de Goiás, da região, do Estado e do Brasil para visitar nossa cidade e conhecer nossas histórias. Além do Museu Casa da Princesa temos aqui em Pilar de Goiás outros casarões de arquitetura colonial, as igrejas construídas por escravos entre ainda no século XVII, além de belas cachoeiras. Tenho certeza que você vai gostar do passeio”, disse o prefeito. 

O Museu Casa da Princesa abriga acervo composto por cerca de 1,2 mil itens que incluem documentos históricos, fotografias, mobiliário, utensílios sacros, domésticos, de trabalho (engenho, mineração e tear) e também instrumentos de tortura utilizados nos casarões de fazendas goianas dos séculos XVIII, XIX e XX. Nos anos de 2016 e 2017, o museu passou por obra de restauração, em parceria entre o Iphan, que contemplou áreas estruturais do prédio, como telhado, forro, piso, instalações elétricas, drenagem e requalificação dos banheiros (foram restaurados esteios, forros, pintura e esquadrias do imóvel histórico, que possui doze cômodos e quintal, com área total de 722,81 m²), e o Ibram, que garantiu a atualização de seu plano museológico, realização do inventário de todo o acervo do museu. O Museu Casa da Princesa, localizado em Pilar de Goiás ficará aberto ao público às terças-feiras, das 9h às 13h; de quarta-feira a sábado, das 9h às 18h; e aos domingos, das 13h às 18h.

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