Capitania Fluvial de Brasília, da Marinha, que é responsável pela fiscalização do meio de transporte suspendeu a embarcação por falta de manutenção
A população do distrito de Lavrinhas de São Sebastião, localizado no município de São Luiz do Norte, a 236 km de Goiânia, entre as cidades de Ceres e de Uruaçu, está sofrendo com o isolamento e com a dificuldade de acesso à cidade sede. Desde quarta-feira, 30 de janeiro, a balsa Júlia que faz a ligação entre São Luiz do Norte e o distrito foi interditada por falta de manutenção pela Capitania Fluvial de Brasília, da Marinha, que é responsável pela fiscalização do meio de transporte. A manutenção é uma atribuição da recém-criada Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), antiga Agetop.
A balsa Júlia que atravessa o Rio das Almas é o melhor caminho para quem sai do distrito via G0-338. Com sua interdição, a população tem de dar uma volta de cerca de 100 km para ir ao trabalho, à escola e fazer suas atividades normais. O percurso, utilizando a balsa, é de apenas 12 km. A situação é recorrente. Em 2014 moradores da região também ficaram sem os serviços da balsa em razão da falta de manutenção.
Segundo Selmo Luiz Correia 46 anos, balseiro que comandou o trajeto de 1992 até o dia da interdição, a Ética-empresa contratada pela então Agetop para fazer a manutenção-abandonou o trabalho no dia 11 de outubro do ano passado por falta de pagamento. “Eles nos avisaram, nós cumprimos aviso e o serviço foi encerrado. Para a população não ter mais prejuízo, resolvemos continuar fazendo a travessia por nossa conta e com a ajuda da população para abastecimento e manutenção", explica Luiz. Ele passou a cobrar R$ 5,00 por moto e R$ 10,00 por carro para arcar com os custos. Carroças, bicicletas, pedestres e cavalos não pagavam para utilizar o meio de transporte, que já chegou a atender cerca de 500 pessoas por dia.Desde a interdição, o gerente de uma propriedade rural que fica próximo a Lavrinhas, Sebastião Venâncio Barbosa, está tendo de levar 37 trabalhadores que moram São Luiz do Norte para que o trabalho não seja inter rompido. Mas não sabe até quando será possívelbancar a despesa. “Essa situação não poderia chegar a este ponto. Estamos indignados porque o custo e o tempo para se andar 100 quilômetros todo dia para ir ao trabalho pode inviabilizar nossos empregos", diz. Ele e os moradores estão se organizando para fazer uma manifestação neste sábado em busca de providências.
Em nota, a Agência Goiana de infraestrutura e Transportes (Goinfra) informou que já está em contato com a Marinha para liberação da balsa e uma equipe do órgão estadual foi até a região para os procedimentos técnicos necessários.
Fonte: O Popular