“Sensacionalismo ambiental”, diz Salles
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, comparou nesta terça-feira a nuvem escura que encobriu regiões de São Paulo na segunda-feira (19), e transformou o dia em noite, a notícias falsas e criticou o “sensacionalismo ambiental” sobre o tema. Segundo institutos de meteorologia, a nuvem foi formada pelo encontro da fumaça oriunda de queimadas da região Amazônica do Brasil, Paraguai e Bolívia com uma frente fria que atingiu o Sudeste brasileiro.
“Alguns disseram que foi a fumaça da Amazônia que encobriu a cidade. Essa afirmação parece até um vídeo que vi, um mês atrás, de um helicóptero do Ibama sendo recebido a tiros e, meia hora depois, mostrou que foi um menino que fez montagem”, disse o ministro.
Em pronunciamento na abertura da 27ª Feira Internacional da Bioenergia (Fenasucro), em Sertãozinho (SP), Salles afirmou que esse “sensacionalismo na área ambiental não contribui para as melhores práticas e para a defesa efetiva das questões importantes do nosso País”.
Indagado após o evento se o ocorrido na segunda-feira seria uma notícia falsa, Salles afirmou que as equipes do governo para a Região Norte estão em operação e que o fenômeno decorre de um ambiente muito seco e de queimadas. “É preciso ter equilíbrio e não ser açodado em assumir certas hipóteses que não se confirmam. Hipóteses foram levantadas prontamente para criar um certo sensacionalismo ”, comentou.
De acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), gerados com base em imagens de satélite, as focos no Brasil aumentaram 82% de janeiro a agosto, em relação ao ano de 2018. Esta é a maior alta em 7 anos no país.
Enquanto nos primeiros oito meses de 2018 foram registradas 39.194 queimadas, em 2019, o número ficou em 71.497. Cinco Estados concentram os maiores aumentos, de janeiro a agosto, em comparação com o mesmo período do ano passado. São eles: Mato Grosso do Sul (260%); Rondônia (198%); Pará (188%); Acre (176%); e Rio de Janeiro (173%).