A autoria dos crimes foi comprovada após comparação do material genético do possível autor com o que foi coletado nas vítimas
A Polícia Civil de Goiás prendeu um homem, de 40 anos, suspeito de estuprar seis mulheres em Goiânia e Senador Canedo, com idades entre 19 e 49 anos. A detenção ocorreu no âmbito da Operação Predador, que contou com apoio da Gerência de Operações de Inteligência (GOI) da PCGO, da Superintendência de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e da Superintendência de Polícia Técnico-Científica.
O inquérito policial, instaurado pela 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Goiânia e pela Deam de Senador Canedo, mostrou que os abusos teriam sido praticados entre os anos de 2016 e 2019. De acordo com a delegada Paula Meotti, a autoria dos crimes foi comprovada após comparação do material genético do possível autor com o que foi coletado nas vítimas.
“Separamos alguns suspeitos e depois, através de diversas técnicas, identificamos quais deles, de fato, seriam suspeitos maiores. O trabalho culminou em um termo de reconhecimento da vítima e na solicitação de identificação criminal genética. Foi um trabalho árduo, que contou com a participação de diversas pessoas, para que a gente conseguisse identificar e no final, com o exame de DNA, ter a certeza, quase que absoluta, de que ele era o autor desses crimes”, pontuou.
Segundo as investigações, o homem agia sempre por volta das 6 horas da manhã, a bordo de uma motocicleta ou de um carro. Ele interceptava as vítimas que trafegavam em motocicletas, as derrubava e em seguida, obrigava que elas o acompanhassem até um local ermo, onde praticava os estupros. Em alguns dos casos, o suspeito ainda roubava as mulheres. Ainda de acordo com a delegada, o homem agia de forma agressiva durante os crimes.
“Ele as ameaçava, em algumas situações com armas de fogo ou simulando arma de fogo e as levava a locais ermos, momento em que praticava a conjunção carnal e outros atos libidinosos. A ação dele era muito violenta, era comum que ele agredisse fisicamente essas vítimas antes da consumação do crime de estupro. Muitas das vítimas, mesmo passando alguns anos, apresentam sequelas emocionais muito intensas”, afirmou.
A Polícia Civil chegou à autoria após inúmeras diligências e representou pela prisão cautelar temporária e por mandado judicial de busca e apreensão domiciliar contra o suposto autor. O homem foi preso na casa onde morava com a mãe, em Senador Canedo, na última sexta-feira (11/09).
A polícia acredita ainda que outras mulheres possam ter sido vítimas do suspeito. “Agora, com a inserção dele no banco nacional de perfil genético, outras vítimas podem aparecer. Esperamos que as vítimas se sintam encorajadas a procurar a polícia”, explicou a delegada Paula Meotti.
Um segundo inquérito policial foi instaurado na 2ª Deam de Goiânia para apurar outro caso de estupro, que pode estar ligado ao suspeito. O homem, que já tinha passagens pelos crimes de latrocínio, receptação, furto e adulteração de sinal identificador de veículo, deverá responder agora por estupro e roubo.
Banco Nacional de Perfil Genético
Em 2020, foi iniciado um projeto de processamento das amostras de crimes sexuais e que não tenham suspeitos. A iniciativa é do Governo Federal e está sendo financiada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
De acordo com a perita criminal Mariana Mota, todos os estados do Brasil passaram a receber equipamentos, insumos e materiais para fazer o processamento das amostras. “Neste projeto, o laboratório de biologia e DNA forense aqui do estado está muito empenhado. Temos realizado muitos procedimentos e obtido muitos resultados”, pontuou.
O projeto deverá ainda, auxiliar na identificação de possíveis novas vítimas do suspeito preso nesta sexta-feira, em Goiás. “Os nossos perfis genéticos são encaminhados para o Banco Nacional. Então é feito um cruzamento entre todos os bancos de perfil genético do país. E como todos os estados vão processar suas amostras de crime sexual dentro desse projeto nacional, possivelmente se tiver alguma vítima em outro local, elas também serão identificadas”, afirmou a perita criminal.
Comunicação Setorial Secretaria de Segurança Pública